sábado, 14 de agosto de 2010

Doença de Pompe

Também chamada Glicogenose do tipo II, Deficiência de Alfa-Glicosidase Ácida, Deficiência de Maltase Ácida e Doença de Depósito de Glicogênio Tipo II.

Introdução

       A doença de Pompe é uma doença de depósito lisossômico (DDL) causada pela atividade insuficiente da alfa-glicosidase-ácida. Esta enzima lisossômica é responsável pela degradação do glicogênio intra-lisossômico, que representa apenas uma pequena porcentagem (1-3%) do glicogênio celular total. A deficiência enzimática resulta no acúmulo do glicogênio nos lisossomos dentro dos vários tipos de células e tecidos. Eventualmente, isto leva a disfunções ou danos celulares, particularmente nos tecidos musculares cardíaco, respiratório e esquelético. A apresentação clínica da doença de Pompe é altamente variável; na faixa mais grave do espectro da doença, a morte ocorre dentro do primeiro ano de vida devido à insuficiência cardiorrespiratória em 80% dos bebês (que tipicamente apresentam envolvimento do músculo cardíaco, e também do esquelético). Nos pacientes com início tardio, a fraqueza muscular esquelética e respiratória é progressiva e implacável, levando à dependência de cadeira de rodas e/ou de respirador e, em última instância, à morte entre o início da infância e o meio da vida adulta.

       A doença de Pompe também é conhecida como doença de depósito de glicogênio do tipo II, glicogenose do tipo II e deficiência de maltase ácida e é a forma mais grave das 12 doenças de depósito de glicogênio.

       A doença de Pompe consiste em um distúrbio autossômico-recessivo de penetração variável. As estimativas atuais colocam a incidência geral da doença em 1 a cada 40.000 nascimentos vivos. A prevalência mundial encontra-se entre 5.000 e 10.000 casos, por extrapolação.

       Historicamente, os pacientes têm sido classificados em vários subtipos diferentes: início clássico infantil, início não-clássico infantil, início infanto-juvenil e início adulto da doença de Pompe. Esta classificação baseia-se na idade do surgimento dos sintomas, na extensão do envolvimento dos órgãos e na taxa de progressão para a morte, mas é arbitrária à medida em que o espectro da doença na verdade representa um contínuo com superposições entre os subtipos. Portanto, a doença pode ser mais bem caracterizada com base na idade do surgimento dos primeiros sintomas (antes ou depois dos 12 meses de vida) e pela presença ou ausência de cardiomiopatia. Isto resulta em duas classificações principais da doença, a saber: infantil ou tardia, respectivamente. Estima-se que aproximadamente um terço dos pacientes com a doença de Pompe apresentem a forma infantil, que é rapidamente fatal, enquanto a maior parte dos pacientes apresenta a forma tardia, cujo progresso é mais lento.

Possíveis sinais e sintomas da forma infantil da Doença de Pompe

Sistema de Órgãos

Sinais / Sintomas

Músculo-esquelético

Fraqueza muscular progressiva

Hipotonia profunda

Flacidez (“bebê de pano”)

Falta de firmeza no pescoço (“não segura a cabeça”)

Insuficiência para alcançar os marcos do desenvolvimento motor

Macroglossia

Arreflexia

Pulmões

Fraqueza respiratória progressiva, insuficiência respiratória

Infecções respiratórias freqüentes

Morte devido à insuficiência cardiorrespiratória.

Coração

Cardiomegalia (massiva)

Hipertrofia do ventrículo esquerdo

Visceral/

Gastrointestinal

Dificuldade de engolir, mamar e/ou alimentar-se

Falhas no desenvolvimento

Hepatomegalia

Possíveis sinais e sintomas da forma tardia da Doença de Pompe

Sistema de Órgãos

Sinais / Sintomas

Músculo-esquelético

Fraqueza muscular progressiva

Marcha instável, na ponta dos pés

Dores na parte inferior das costas

Reflexos profundos do tendão reduzidos

Dificuldades para subir escadas

Escápula alada

Sinal de Gower (distrofia como resultado de fraqueza muscular extrema)

Atraso no desenvolvimento motor (crianças)

Lordose, escoliose

Pulmões

Insuficiência respiratória

Ortopnéia

Apnéia do sono

Dispnéia por esforço, intolerância ao exercício

Infecções respiratórias

Visceral/

Gastrointestinal

Dificuldades na alimentação

Dificuldade para mastigar e engolir

Hepatomegalia

Miscelânea

Dores de cabeça matinais

Sonolência diurna

Diagnóstico e Análise da mutação

       A doença de Pompe é causada por mutações no gene da alfa-glicosidase ácida identificadas no braço longo do cromossomo 17 (17q). Mais de 120 mutações nestes gene que dão origem à Doença de Pompe foram identificados até o presente momento. O tipo de mutação geralmente se mostra como uma boa forma de prever o fenótipo clínico. Por exemplo, pelo menos metade de todos os pacientes caucasianos com a forma tardia da doença compartilham a mesma mutação. Contudo, há vários exemplos de discordância genótipo-fenótipo na literatura médica.

Tratamento Medicamentoso

       Até poucos anos, o tratamento limitava-se a medidas suportivas, que não alteravam a história natural da doença. Atualmente, o tratamento da doença de Pompe é feito através de terapia de reposição enzimática (TRE) com a alfa-glicosidase recombinante humana (GAArh, Myozyme®, Genzyme Co., Cambridge, EUA), já aprovada pela agência regulatória européia (European Medicines Agency) e estadunidense (Food and Drug Administration)

Tratamento Fisioterapêutico

       A fisioterapia motora é tratamento adjuvante importante, pois pode corrigir a postura estática e dinâmica do tronco e dos membros, prevenindo complicações, como deformações e fraturas patológicas.

Fonte:

- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572008000300014&script=sci_arttext

- http://www.genzyme.com.br/thera/pompe/br_p_tp_thera-pompe.asp

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