sábado, 30 de julho de 2011

Exercício aeróbico durante a hemodiálise: relato de cinco anos de experiência

Resumo
          Introdução: Nos pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) submetidos à hemodiálise (HD), o sedentarismo compromete a capacidade funcional e se associa a aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares. Apesar da demonstração dos benefícios da prática de exercícios físicos para estes pacientes, poucos centros de diálise desenvolvem esta atividade. O objetivo deste estudo foi descrever a experiência de cinco anos de um programa de exercício aeróbico intradialítico, com ênfase na adesão e na segurança do procedimento. Métodos: Foram incluídos pacientes adultos, de ambos os sexos, que participaram de um programa de exercícios realizado no período de agosto de 2004 a agosto de 2009. O exercício foi realizado nas duas horas iniciais da HD, empregando-se um cicloergômetro horizontal, sendo constituído de aquecimento, condicionamento e resfriamento. Foram realizadas análises descritivas dos dados coletados ao longo dos cinco anos do programa. Resultados: No período de cinco anos, 34 pacientes (48,26 ± 11,44 anos; 20
mulheres) participaram do programa de exercício. Foram realizadas 3.077 sessões individuais de exercício aeróbico durante as sessões de HD. O tempo médio de participação no programa foi de 15,65 ± 13,86 meses e a aderência às sessões de exercício foi de 64,87 ± 19,47%. Apesar do registro de alguns episódios de hipotensão, sem repercussões hemodinâmicas significativas, não foram observadas complicações clínicas
importantes. Conclusão: A realização de exercício aeróbico durante a sessão de HD é uma prática bem aceita pelos pacientes, segura e não acompanhada de complicações graves.
Palavras-chave: Exercício. Falência renal crônica. Diálise renal.

Autores: Reboredo, M.M; Faria, R.S; Portes, L.H; Mol, C.G; Pinheiro, B.V; Paula, R.B

Publicado em: Fisioter Mov. 2011 abr/jun;24(2):239-46

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pilates, RPG ou RCV: qual é o melhor tratamento para problemas na coluna? | Crefito

           Dores na coluna, má postura, sedentarismo, você sabe qual é o melhor tratamento para o seu tipo de problema? Hoje existem alguns tratamentos que podem auxiliar na melhora do seu diagnóstico e muito se tem falado do Pilates, RPG e RCV, mas você sabe o que são esses tratamentos e para que eles servem?
          Para o fisioterapeuta Vinícius Paciulo do Instituto RV, especializado em fisioterapia ortopédica com foco no tratamento de coluna, a diferença entre os tratamentos está na avaliação por meio do diagnóstico cinesiofuncional, assim, especificando o verdadeiro motivo da dor, seja ela muscular, neural ou articular.
          — Além disso, utilizamos o conceito de estabilização segmentar vertebral onde treinamos e geramos “endurance” (aumento da resistência muscular) para musculatura profunda da coluna, essa é a principal diferença nas fases de tratamento do RCV em relação ao Pilates e RPG — esclarece Paciulo.
          Pilates
          De acordo com o fisioterapeuta, o pilates é uma técnica que consiste em tratamento fitness, que estimula o fortalecimento e alongamento do corpo, assim como proporciona uma postura adequada e alinhamento articular através do fortalecimento da musculatura estabilizadora.
          As atividades realizadas pelo pilates são indicadas como extensão do tratamento de coluna, nas quais o fisioterapeuta utiliza aparelhos para promover ganho de força muscular, alongamento e resistência da musculatura global da coluna, que tem a função de promover a estabilização e boa postura, também aumenta o condicionamento físico e força sem gerar lesão por posturas inadequadas.
          Reeducação Postural Global (RPG)
          Já a Reeducação Postural Global (RPG) é um tratamento individual no qual o fisioterapeuta utiliza os conceitos de cadeia muscular e aplica técnicas e exercícios com o objetivo de melhorar a postura e dor do paciente. Trabalha a globalidade do corpo e, portanto, trata as dores e a má postura através de sessões que englobam todas as articulações e a maioria da musculatura, ou seja, reeducação postural. É recomendada para pessoas com uma curvatura muito grande na coluna (hipercifose e hiperlordose), escoliose, pé chato (pronado), entre outras.
          Reequilíbrio da Coluna Vertebral (RCV)
          O Reequilíbrio da Coluna Vertebral (RCV) é indicado para pacientes que sofrem com dores agudas e crônicas. O tratamento mescla o regaste das terapias manuais, reconhecidas internacionalmente, com novas tecnologias; é composto por quatro fases: avaliação personalizada, terapia manual, descompressão e exercícios de estabilização segmentar, os quais melhoram a dinâmica da articulação, diminuem a atividade anormal do sistema neural envolvido e reestruturam a musculatura afetada pela dor e pela fraqueza muscular reequilibrando-a novamente.
          O RCV é recomendado para hérnia de disco, dores cervicogenicas — dor de cabeça originada na cervical —, alterações articulares e musculares, protrusão discal, lombalgia, dor ciática, lordose, escoliose, espondilolistese, cifose, instabilidade vertebral, whiplash — lesões de chicote no pescoço —, e para pacientes que já fizeram muitas sessões de fisioterapia convencional sem sucesso.
        Fonte: Jornal Zero Hora

domingo, 10 de abril de 2011

BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NA REABILITAÇÃO

           O método pilates é um trabalho que se baseia em exercícios de força e mobilidade utilizando para tal técnicas e exercícios específicos. Este método permite desenvolver nos seus praticantes uma maior tomada de consciência corporal através, sobretudo, dos seus princípios: Concentração, Respiração, Controlo, Precisão, Fluidez de Movimento, Isolamento e Rotina (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). Em todos estes princípios reside uma base comum: a especificidade de cada ser humano numa dimensão biopsicosocial, isto é, a capacidade desta modalidade se adaptar e se direcionar às diferentes características de cada praticante. Neste sentido, são inúmeros os estudos e os profissionais de saúde que associam a sua prática a inúmeros benefícios, concretamente ao nível da prevenção e tratamento de algumas patologias (como por exemplo os problemas de próstata, a incontinência urinária, entre outros), melhoria do equilíbrio, dos níveis de atenção e de concentração, da coordenação neuromotora, da mobilidade articular, da redução de dores da coluna, melhoria do sistema imunitário e do sistema linfático, aumento dos níveis de conhecimento de si próprio (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999).
          Importa ainda salientar que o pilates assume um importante papel ao nível do sistema nervoso central. Através do sistema nervoso central conseguimos captar sinais do mundo exterior – podemos ouvir, ver, cheirar, saborear e sentir. O sistema nervoso central também coordena todas as nossas atividades conscientes e inconscientes – como andar, falar, pensar, recordar e realizar ações reflexas que acontecem sem pensarmos nelas. Um exemplo de uma patologia associada a uma disfunção ao nível do sistema nervoso central, é a Esclerose Múltipla (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). Será neste sentido, e tendo em conta todos os princípios e metodologias utilizadas pelo método pilates, que podemos considerar a sua prática uma importante fonte de estímulo do bem-estar global. Muitas formas de esportes e exercícios concentram-se nos músculos maiores e mais fortes e, enquanto estes se tornarem ainda mais firmes e volumosos, os músculos menores e mais “fracos” são fortalecidos, enquanto os músculos maiores aumentam seu tônus, favorecendo maior mobilidade às articulações, criando um corpo equilibrado, flexível e integrado. Localizar esses pequenos músculos e aprender como exercitá-los, exige um bom grau de concentração e precisão – e por essa razão a técnica Pilates é comumente chamada de “exercício pensante” (DAVIES; GIBSON; TESTER, 1979).
          A concentração é um dos seis princípios básicos da técnica Pilates – através dela é possível estabelecer a sintonia entre mente e corpo. Os outros princípios básicos são respiração, controle, centramento, fluxo do movimento e precisão. Como os exercícios são muito seguros, o que faz a técnica ser perfeita para todos os tipos de pessoas, a partir de 14 anos, entre atletas, obesos e idosos acima de 70 anos (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). O método obedece a uma seqüência de módulos que se divide em: Básico, Intermediário e Avançado. Os equipamentos são usados em todos os módulos, com variações nos ângulos, na carga e a freqüência dos movimentos. Os exercícios devem ser feitos suavemente com o máximo de atenção e não devem ser executados automaticamente. Para isso, um mesmo movimento não é repetido mais do que 10 vezes (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). Joseph Pilates criou mais de 500 exercícios diferenciados que em comum fortalecem e alongam toda musculatura do corpo, melhoram a flexibilidade e a coordenação e proporcionam relaxamento, muita conscientização corporal sem contar o constante trabalho respiratório e os cuidados com a correção da postura (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). A princípio pode parecer que pouca coisa está acontecendo, principalmente se a pessoa estiver acostumada a aulas de aeróbica ou musculação, nas quais são utilizadas grandes cargas. Entretanto, para ser capaz de usar corretamente seu corpo, o indivíduo precisa ter consciência dele como uma entidade integrada. Através do Pilates o aluno finalmente vai conhecer e aprender a usar corretamente o próprio corpo. À medida que descobre como usá-lo corretamente, sua postura melhora, seus músculos adquirem maior tonicidade, suas articulações tornam-se mais flexíveis e a forma de seu corpo torna-se mais equilibrada, ereta e alongada (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999).
          A prática freqüente da técnica de Pilates traz os seguintes benefícios: fortalece o corpo, especialmente a musculatura abdominal; alonga e dá
flexibilidade; desenvolve a consciência corporal e melhora a coordenação; ajuda a descomprimir lesões na coluna; prepara áreas enfraquecidas para a reabilitação; deixa as articulações mais móveis; desenvolve os músculos que suportam a coluna, aliviando dores crônicas na região; eleva a capacidade de contração muscular; aumenta a densidade óssea; melhora a postura e induz a combater o estresse; diminui a tensão e fadiga; relaxa e ajuda a combater o estresse; aumenta a capacidade respiratória e cardiovascular; desperta, revitaliza e dá sensação de leveza; otimiza o desempenho de atletas; diminui o percentual de gordura corporal; estimula a circulação; diminui a tensão pré-mestrual; auxilia no tratamento de complicações nos joelhos, ombros e panturrilhas, acidentes automobilísticos, reumatismo, poliomielites, pós-cirurgias, pré e pós-parto (GROUP; STANTON-HICKS, 1991). A única contra-indicação do método é para casos de lesões no sistema músculo-esquelético em processo de dor aguda. Passada essa fase, inicia-se a reabilitação, na qual o Pilates é utilizado para trabalhar a força muscular, a flexibilidade e o ganho ou recuperação de movimento (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999). O resultado após cada aula é uma agradável sensação de bem-estar, auto-estima e revigoração, onde cada músculo foi alongado, tonificado e massageado (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999).
          A RPG é um trabalho preventivo e curativo, que tem como objetivo ensinar e educar músculos muitas vezes esquecidos, de forma mais estática do que dinâmica. O Pilates, por sua vez, amadurece estes ensinamentos de uma forma mais dinâmica do que estática. O Pilates também educa certos músculos; necessita, porém, de um maior cuidado durante sua aplicação, uma vez que seu aprendizado é mais dinâmico (BLUM, 2002). Um dos grandes princípios do Pilates é o alinhamento do centro de forca, juntamente com a respiração. Em outras palavras, o método atua no sentido de alinhar os 3 pontos da coluna vertebral – occiptal, dorsal media e sacro – respeitando suas curvas fisiológicas – lordoses cervicais e lombares, e cifose toráxica – em um auto-crescimento, ao mesmo tempo em que trabalha a respiração, liberando a região superior do tórax. Somado a isso, há a utilização de abdominais (em especial o transverso do abdômen), formando um centro alinhado, forte e equilibrado, que constitui a base para todos os movimentos do corpo humano (BLUM, 2002). Nos últimos anos, as gestantes também vêm descobrindo os benefícios do método Pilates de condicionamento físico. Neste caso, os exercícios são adaptados, suavizados, e algumas posições são modificadas para não entrar em choque com a anatomia da grávida. O método da maior sustentação à barriga e à coluna, alivia as dores lombares e melhora a irrigação sanguínea, evitando inchaços e varizes. O trabalho respiratório é fundamental para a futura mãe, pois traz tranquilidade a mulher, podendo ajudar na hora do parto (BLUM, 2002).
          O Pilates também pode trazer diversos benefícios para os praticantes da terceira idade. O método garante o aumento da densidade óssea; libera a tensão das articulações, deixando-as mais móveis e flexíveis; aumenta a capacidade respiratória e cardiovascular; melhora a postura, evitando possíveis lesões de coluna; e desenvolve o corpo e os músculos, diminuindo a fadiga do dia a dia. Mediante a isso, pode-se dizer que o método Pilates de condicionamento físico está apto à proporcionar satisfação total aos praticantes da terceira idade que desejam obter uma melhor qualidade de vida, aproveitando ao máximo seu corpo e sua saúde (BLUM, 2002). O autor é membro e Diretor Científico da própria Associação.
Théo Abatipietro Costa (Fisioteraputa): E-mail: theocosta@ig.com.br

Fonte: http://www.fisior9.com/artigopilates.html

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Prescrição de Órteses e Próteses

                    O Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece o direito aos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais de prescrever “órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico”, por meio da publicação da Portaria SAS/MS N° 661, de 2 de dezembro de 2010. Tal conquista amplia significativamente a atuação dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no SUS e em clínicas e hospitais particulares por todo o país. “A inclusão das órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais significa o reconhecimento da atuação desses profissionais nestas áreas pelos ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego” afirma o conselheiro do Coffito, Adamar Nunes. Entre os procedimentos incluídos, estão a prescrição de calçados ortopédicos, muleta axilar, prótese mamária, cadeira de rodas, andador, palmilhas, coletes, cintas e outros.

                    Seguindo os passos descritos abaixo, veja a lista completa das órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico, incluídos na CBO dos fisioterapeutas e dos terapeutas ocupacionais:

  1. Acesse sigtap.datasus.gov.br;
  2. Clique em “Acessar tabela unificada”;
  3. Clique em “Procedimentos”;
  4. Clique em “Publicados”;
  5. Clique em “Consultar”;
  6. Na guia “Grupo”, selecione a opção “07 – Órteses, próteses e materiais especiais”;
  7. Na guia “Sub-Grupo”, selecione a opção “01 - Órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico”;
  8. Na guia “Forma de Organização”, selecione a opção “01 – OPM auxiliares da locomoção” ou a opção “02 – OPM ortopédicas”;
  9. Na guia “Competência”, selecione “01/2011”;
  10.   Clique na lupa (localizar);
  11. Após isso, clique nas órteses, próteses e materiais especiais de sua escolha quando, então, abrirá uma página com todo histórico deste instrumento;
  12. Clique, então, na guia “CBO”, localizada na parte de baixo da página.